A Boeing comunicou no último sábado (25/04) que desistiu definitivamente do acordo com a Embraer, para compra da operação de aviação comercial da empresa brasileira.
O negócio era estimado em 4,2 bilhões de dólares, o prazo final para que o acordo fosse selado definitivamente foi ontem.
O acordo
A parceria criaria uma nova empresa na área de aviação comercial — a Boeing Brasil-Commercial —, em que a Embraer teria uma participação minoritária de 20%, enquanto a Americana Boing manteria 80%.
As partes planejavam criar uma joint venture, composta pelo negócio de aviação comercial da Embraer; além disso, também havia uma segunda joint venture, visando desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium.
Segundo o acordo, o dia 24 de abril de 2020 era a data limite para rescisão; o acordo inicial, acertado em Julho de 2018, encontrou um fim ontem.
Ambas as companhias não alcançaram condições precedentes para o fechamento da transação, as duas partes tinham o direito de desistir do acordo.
A parceria proposta entre a Boeing e a Embraer havia recebido aprovação de todas as autoridades regulatórias, inclusive do Governo Brasileiro (exceto a Comissão Europeia).
Crise e Problemas
De acordo com a empresa Americana, a Embraer não atendeu as condições necessárias do contrato, por isso decidiu recindir. “A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas.”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo, em comunicado divulgado ontem (25). “É uma decepção profunda”.
Após comunicado da Boeing, a Embraer declarou:
A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação.
A Embraer especula que a americana quis evitar pagar as multas contratuais (US$ 75 milhões). Com isso, a questão desenrolará na Justiça, já que ainda afirmou: “A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing, pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA”.
Implicações financeiras e consequências

A pandemia do coronavírus, juntamente do consequente impacto financeiro (negativo) sobre as companhias aéreas, foi a gota d’água para o negócio. Como resultado, as ações de ambas companhias despencaram, em seus respectivos mercados.
Fonte: Embraer | Boeing | O Globo